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Vejo muitas semelhanças com a cultura e língua sueca. Essa coisa de estranharam fazer mais que o esperado no trabalho é bem comum aqui também. Acho que a gente vem de uma cultura onde o trabalho é prioridade, foi difícil no início pra mim me desvencilhar desse modus operandi, eu buguei a primeira vez que minha chefe disse "ta tudo bem vc trabalhar menos hoje pra cuidar da sua filha doente" ou "só faça o que vc conseguir, não aceite dar conta de tudo". O equilíbrio entre vida profissional e pessoal é uma das coisas que mais admiro por aqui.

Também vivo bugada com o cérebro multilíngue e ainda patinando no sueco, estudando, parando, seguindo frustrada, as vezes motivada, uma montanha russa. Por aqui também não é fácil praticar, um sotaque torto eles já mudam pro inglês — acho que para facilitar a vida de quem não fala (mas desfacilita a de quem quer aprender hahahaha). E o que Maíra escreveu sobre as regras gramaticais "é assim porque é" eu já cansei de ouvir de professores diferentes, é meio frustrante pra quem está aprendendo não ter um norte sequer de regras "com o tempo vc aprende".

Mas seu texto me fez enxergar que é com o tempo mesmo que a gente aprende, foi assim que aprendemos as outras línguas afinal. Uma palavra de cada vez.

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Esse seu relato do aluno que pergunta demais me lembrou que, quando comecei a estudar holandês, eu vivia perguntando o motivo por trás de algumas regras do holandês que não faziam sentido pra mim, e a professora sempre respondia algo como "é assim porque é" e eu então aceitei que o holandês é assim porque é e parei de perguntar.

Fico pensando se você não faz uma grande mistura de todas essas línguas que você fala ou está aprendendo. No meu caso, como eu aprendi o francês na Bélgica um pouco antes de me mudar pra Holanda, eu misturo um monte de coisas das duas línguas. Eu estava até querendo voltar a estudar francês aqui na Holanda, mas achei melhor não porque aí mesmo que meu cérebro vai bugar. Mas adoro ler relatos de pessoas que cresceram bilíngues. Tem um livro que gosto muito: "Viver entre línguas" da Sylvia Molloy. Conhece? Se não, eu super recomendo.

E obrigada pela recomendação do meu texto. ❤️

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Eu amo te ler! ♡ lembrei daquele texto da news da Aline Valek em que ela fala do aprendizado como uma ilha (e que ela conta a experiência dela em aprender alemão). Você leu? Um beijo 😘

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