Ontem terminei de ler outro livro sobre abuso e apagamento da identidade de mulheres, incluindo pedofilia, o que só deixa tudo ainda mais terrível. Se chama "Minha sombria Vanessa", acho que você poderia achar interessante.
Que texto importante! Passei por assedio moral no trabalho, somado a retaliações e perseguições que resultaram em um burnout com afastamento de 120 dias e a decisão de pedir demissão e tirar um tempo para mim! (puta privilégio, eu sei!). Transformei tudo em texto e fotografias numa exposição online pessoal, ajudou muito a ir secando a ferida, mas volta e meia, de alguma forma, eu arranco uma casquinha. Obrigada por esse relato e te mando um abraço afetuoso!
No livro de Valérie Perrin, Nina é vítima de abuso. Ela é controlada, manipulada, e sua identidade é apagada pelo marido. Ele a isola de tudo o que a fazia feliz, destrói suas aspirações e a força a viver de acordo com suas vontades. Isso é abuso.
O abuso não se limita ao físico; ele também pode ser emocional, psicológico, e se manifesta de muitas formas. O que Nina vive é um exemplo claro disso.
Por outro lado, existem relações que começam com acordos claros, onde as expectativas são estabelecidas desde o início — sem promessas de compromisso ou garantias. Quando uma dessas relações não se desenvolve como uma das partes esperava, a frustração é natural. No entanto, essa frustração, por mais dolorosa que seja, não é abuso.
Misturar desilusão emocional com abuso real distorce o significado da palavra "abuso" e dificulta a compreensão da gravidade das situações em que o abuso realmente ocorre.
A palavra "abuso" tem um peso imenso e, quando usada de forma equivocada, enfraquece a seriedade das situações em que ela realmente se aplica. Falar sobre sentimentos e frustrações é válido, mas é preciso responsabilidade. Quando tudo é rotulado como abuso, o termo perde sua força. E a acusação, mesmo quando leviana, pode ter consequências. Porque abuso, na maioria das vezes, é crime. Quando qualquer frustração é transformada em uma denúncia moral, o que deveria ser um debate sério se transforma em ruído. E, no meio desse ruído, as verdadeiras vítimas de abuso — aquelas que realmente enfrentam violência e manipulação — acabam sendo silenciadas.
Além disso, ao banalizar a palavra "abuso", criamos uma cultura de desconfiança, onde situações de rejeição ou desilusão são vistas como abusivas, enquanto o sofrimento das pessoas que realmente enfrentam violência é minimizado e obscurecido.
Oi, Geraldo. Em momento algum foi minha intenção banalizar a palavra "abuso". Por exemplo, em nenhum momento cito relações que começam com acordos claros onde expectativas são estabelecidas desde o início. Não foi meu ponto. O texto foi propositalmente genérico porque acredito que ainda temos MUITO a fazer para ajudar mulheres vítimas de violência física e psicológica. Eu sei que muita gente confunde frustração com abuso, mas muita gente também não sabe diferenciar as duas coisas e acaba presa num relacionamento tóxico por achar que está 'só frustrada'.
É complexo complicado querer avaliar as relações alheias com um lupa para julgar se a pessoa "realmente" sofreu abuso ou se está apenas desiludida e frustrada, não acha? Quando escrevi este texto, assim como o outro que tá linkado no final, queria incentivar outras mulheres a conversarem mais sobre o assunto E enxergarem com mais clareza o que pode ser uma manipulação psicológica e como buscar ajuda. Na maior parte dos casos, seja num caso de desilusão ou de abuso, as vivências são muito solitárias e me dói ver tantas mulheres sofrendo em silêncio. Não me entenda mal, porém prefiro abrir espaço ao diálogo e não vejo isso como um 'desvio de foco' ou redução da dor de quem enfrenta violência.
Quem de nós nunca foi Nina? Eu com certeza já.
Ontem terminei de ler outro livro sobre abuso e apagamento da identidade de mulheres, incluindo pedofilia, o que só deixa tudo ainda mais terrível. Se chama "Minha sombria Vanessa", acho que você poderia achar interessante.
Que texto importante! Passei por assedio moral no trabalho, somado a retaliações e perseguições que resultaram em um burnout com afastamento de 120 dias e a decisão de pedir demissão e tirar um tempo para mim! (puta privilégio, eu sei!). Transformei tudo em texto e fotografias numa exposição online pessoal, ajudou muito a ir secando a ferida, mas volta e meia, de alguma forma, eu arranco uma casquinha. Obrigada por esse relato e te mando um abraço afetuoso!
No livro de Valérie Perrin, Nina é vítima de abuso. Ela é controlada, manipulada, e sua identidade é apagada pelo marido. Ele a isola de tudo o que a fazia feliz, destrói suas aspirações e a força a viver de acordo com suas vontades. Isso é abuso.
O abuso não se limita ao físico; ele também pode ser emocional, psicológico, e se manifesta de muitas formas. O que Nina vive é um exemplo claro disso.
Por outro lado, existem relações que começam com acordos claros, onde as expectativas são estabelecidas desde o início — sem promessas de compromisso ou garantias. Quando uma dessas relações não se desenvolve como uma das partes esperava, a frustração é natural. No entanto, essa frustração, por mais dolorosa que seja, não é abuso.
Misturar desilusão emocional com abuso real distorce o significado da palavra "abuso" e dificulta a compreensão da gravidade das situações em que o abuso realmente ocorre.
A palavra "abuso" tem um peso imenso e, quando usada de forma equivocada, enfraquece a seriedade das situações em que ela realmente se aplica. Falar sobre sentimentos e frustrações é válido, mas é preciso responsabilidade. Quando tudo é rotulado como abuso, o termo perde sua força. E a acusação, mesmo quando leviana, pode ter consequências. Porque abuso, na maioria das vezes, é crime. Quando qualquer frustração é transformada em uma denúncia moral, o que deveria ser um debate sério se transforma em ruído. E, no meio desse ruído, as verdadeiras vítimas de abuso — aquelas que realmente enfrentam violência e manipulação — acabam sendo silenciadas.
Além disso, ao banalizar a palavra "abuso", criamos uma cultura de desconfiança, onde situações de rejeição ou desilusão são vistas como abusivas, enquanto o sofrimento das pessoas que realmente enfrentam violência é minimizado e obscurecido.
Oi, Geraldo. Em momento algum foi minha intenção banalizar a palavra "abuso". Por exemplo, em nenhum momento cito relações que começam com acordos claros onde expectativas são estabelecidas desde o início. Não foi meu ponto. O texto foi propositalmente genérico porque acredito que ainda temos MUITO a fazer para ajudar mulheres vítimas de violência física e psicológica. Eu sei que muita gente confunde frustração com abuso, mas muita gente também não sabe diferenciar as duas coisas e acaba presa num relacionamento tóxico por achar que está 'só frustrada'.
É complexo complicado querer avaliar as relações alheias com um lupa para julgar se a pessoa "realmente" sofreu abuso ou se está apenas desiludida e frustrada, não acha? Quando escrevi este texto, assim como o outro que tá linkado no final, queria incentivar outras mulheres a conversarem mais sobre o assunto E enxergarem com mais clareza o que pode ser uma manipulação psicológica e como buscar ajuda. Na maior parte dos casos, seja num caso de desilusão ou de abuso, as vivências são muito solitárias e me dói ver tantas mulheres sofrendo em silêncio. Não me entenda mal, porém prefiro abrir espaço ao diálogo e não vejo isso como um 'desvio de foco' ou redução da dor de quem enfrenta violência.